Bom, que livro fabuloso. Aconselho a todos aqueles que gostem do tema do Holocausto/Segunda Guerra Mundial, mas também a quem se interesse por saber mais da nossa história colectiva enquanto sociedade.
Então o que é que trata o livro?
Este livro incrível é uma ficção biográfica e histórica, ou seja, é baseado em factos reais, embora depois para efeitos de dramatização tenha acontecimentos condensados, pequenas coisas alteradas, mas pelas palavras do escritor, muito fiel aos depoimentos/recordações dos intervenientes. Quando digo intervenientes refiro-me e Pino Lella, embora outros familiares, amigos dele façam parte da história. O livro conta então a história de Pino Lella - um jovem salvo erro de 15 anos - durante os últimos dois anos da segunda guerra mundial. Como podem verificar pelo nome, é um rapaz italiano e desta forma, a história por ele contada - a Mark Sullivan que é quem escreve esta obra - é sobre a participação da Itália na segunda guerra mundial, e do apoio deste país a Hitler. Não vou escrever muito mais sobre este livro, mas quero referir que a ideia que se tem sobre o apoio dessa Itália a Hitler, se calhar não será bem como muitos de nós pensamos. Por exemplo, eu sabia de Mussolini e não muito mais do que isso.
Abaixo, vou-vos deixar duas citações do livro, citações que fazem parte do prefácio redigido pelo autor. Antes disso, refiro que descobri esta obra através do Booktube, nos canais Jardim de Mil Histórias e Maria João Covas Livros Gosto. No Youtube encontram-nos facilmente, assim como os respectivos videos.
Então cá ficam as citações:
"Ouvi um homem passar em retrospectiva dois anos da sua vida - adulto aos dezassete anos, velho aos dezoito -, os altos e baixos, as provações e os triunfos, o amor e o desespero. Os meus problemas pessoais e a minha vida em geral pareciam pequenos e insignificantes em comparação com o que ele suportara com aquela idade. E a forma como ele encarava as tragédias da vida deu-me uma nova perspectiva. Comecei a curar as minhas feridas , e tornámo-nos grandes amigos. Quando voltei para casa, sentia-me melhor do que há anos. " (pág. 12)
"Uma espécie de amnésia colectiva reinante após a guerra em relação a Itália e aos italianos também me dificultou muito o trabalho. Escreveram-se imensos livros sobre o Dia D, as campanhas dos aliados na Europa Ocidental e s esforços dessas amas corajosas que arriscaram a vida para salvar judeus noutros países europeus, Mas a ocupação nazi de Itália e a linha férrea subterrânea católica, criada para salvar os judeus italianos, receberam pouca atenção. Cerca de 60 000 soldados aliados morreram lutar pela libertação de Itália. Cerca de 140 000 italianos morreram durante a ocupação nazi. Todavia, foi tão pouco o que se escreveu sobre a batalha por Itália, que os historiadores começaram a chamar-lhe «Frente Esquecida»". (pág. 13)
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